O QUE É O CISTO DE BAKER?
O cisto de Baker, ou cisto poplíteo, apresenta-se como um aumento de volume na região posterior do joelho, entre o ventre do músculo gastrocnêmio medial e o semimembranoso. É uma causa frequente de consulta com o especialista em Cirurgia do Joelho. Na maioria das vezes, o diagnóstico é dado após a realização de algum exame de imagem, sem uma queixa direta do paciente.
QUAIS AS CAUSAS DO CISTO DE BAKER?
É difícil determinar uma causa direta para o surgimento do Cisto de Baker. Nos adultos, geralmente, há associação destes cistos com lesões intra-articulares. As patologias associadas mais frequentes são as lesões meniscais (lesões do menisco medial em 82% dos casos) e a artrose. Estudos com ressonância magnética descrevem que a prevalência de cistos poplíteos é de 5% da população adulta, sendo maior em pacientes mais velhos.
O surgimento do Cisto de Baker é explicado pela presença de uma conexão entre a articulação do joelho e uma Bursa (bolsa) entre o músculo gastrocnêmio e o tendão do semitendíneo permitindo o fluxo de líquido. Existe um efeito de válvula entre o cisto e a articulação, fazendo com que ocorram oscilações de volume do cisto com a movimentação do joelho.
QUAIS OS SINTOMAS?
Pacientes com Cisto de Baker podem referir a presença de massa na região posterior (parte de trás) do joelho. Na maioria das vezes, as queixas clínicas não se relacionam ao cisto, estando relacionadas ao problema que causou o surgimento do cisto. Assim, as queixas relacionadas à artrose ou à lesão meniscal são mais frequentes.
Quando ocorre ruptura do Cisto de Baker, o quadro clínico pode manifestar-se com uma dor abrupta e intensa na região posterior do joelho e da panturrilha. Nos cistos de Baker de grande volume pode ocorrer compressão de estruturas associadas e sintomas clínicos decorrentes desta. Esse quadro é raro, mas deve ser suspeitado quando há correlação entre os sintomas compressivos e a localização do cisto.
DIAGNÓSTICO
O exame físico adequado permite identificar uma massa na região posterior do joelho, que tende a diminuir com certo grau de flexão do joelho. Os exames de ultrassonografia e ressonância magnética auxiliam na confirmação do diagnóstico e na medida do tamanho do cisto. A ressonância magnética permite diferenciar os cistos poplíteos dos cistos parameniscais, pois estes últimos geralmente localizam-se nas periferias dos meniscos (medial ou lateral) e apresentam comunicação com a lesão meniscal.
TRATAMENTO
Na imensa maioria das vezes, o Cisto de Baker não necessita de nenhum tratamento específico. Importante esclarecer as dúvidas dos pacientes e orientar quanto a benignidade do quadro. Como regra, optamos por uma conduta observadora, avaliando a existência de lesões intra-articulares.
Nos raros casos em que se opta pelo tratamento cirúrgico, devemos priorizar a abordagem à lesão intraarticular associada. A ressecção isolada do cisto de Baker geralmente leva à recidiva da massa. Na mesma linha, a aspiração e injeção local de corticóide consiste em uma medida temporária, pois apresenta alta taxa de recorrência do cisto.